Ir para: navegação, pesquisa
Renato Russo
Informação geral
Nome completo
Renato Manfredini Júnior
Data de nascimento
27 de Março de 1960Rio de Janeiro, RJBrasil
Data de morte
11 de Outubro de 1996 (36 anos)Rio de Janeiro, RJBrasil
Gêneros
Pós PunkPunk RockMúsica Italiana
Instrumentos
vocalbaixoTecladosViolão
Período em atividade
19781996
Outras ocupações
compositor
Gravadoras
EMIDescobertas/Coqueiro Verde
Afiliações
Legião UrbanaAborto Elétrico
Página oficial
Página Oficial
Renato Manfredini Júnior (Rio de Janeiro, 27 de março de 1960 — Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1996), mais conhecido como Renato Russo, foi um cantor, compositor e músico brasileiro,líder da banda Legião Urbana e do Aborto Elétrico.
É considerado um dos mais importantes compositores do rock brasileiro.[1] Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico (1978), a qual durou quatro anos, e terminou devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos.[2] Renato herdou desta banda uma forte influência punk que influenciou toda a sua carreira. Nessa mesma época, aos 18 anos, assumiu para sua mãe que era bissexual; em 1988, assumiu publicamente.[1]
Em 1982, integrou a banda Legião Urbana. Nesta nova banda desenvolveu um estilo mais próximo ao pop e ao rock do que ao punk. Russo permaneceu na Legião Urbana até sua morte, em 11 de outubro de 1996.
Gravou ainda três discos solo e cantou ao lado de Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Biquini Cavadão e 14 Bis

o quinto disco da legião urbana

o quinto disco da legião urbana
serenissíma a cidade de veneza

terça-feira, 27 de abril de 2010

videolog 284380

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Legiao Urbana - audio - Confusão em BH

Legião no Chacrinha - Natal de 86

LEGIÃO URBANA - RENATO RUSSO 11-A (My VHS)

Legião urbana - Primeira aparição na TV


RENATO ROCHA
Renato Rocha, também conhecido como Negrete ou Billy, foi baixista da Legião Urbana. Sua entrada na banda ocorreu na época em que Renato Russo havia cortado os pulsos e ficou impossibilitado de tocar. Negrete nasceu no Rio de Janeiro em 27 de maio de 1961 no bairro de São Cristóvão, era de classe média baixa filho de um sargento do exército e de uma evangelizadora de favelas. Negrete, assim como Marcelo e Renato, era freqüentador da AABB onde jogava vôlei. Quando entrou para a banda, a Legião já estava se preparando para enfrentar as raias do sucesso, já havia feito algumas apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Negrete na verdade nunca conseguiu se entrosar de verdade com a banda. Tinha um impasse musical muito grande com Marcelo e era caladão, ficava sempre quieto na dele. Era aficionado por motos e carros, chegou a Ter 8 delas . Renato Rocha permaneceu até o início das gravações do quarto disco da banda (As Quatro Estações) quando sua permanência tornou-se insuportável na banda. Negrete morava longe e quando não faltava, chegava atrasado aos shows até que um dia foi despedido por Renato.


As marcas de Renato Rocha
Ex-baixista da Legião Urbana, Renato Rocha vive em lugarejo nas imediações do Rio, guarda mágoas da banda e volta ao show-biz depois de 11 anos
Por Vivianne Cohen - Revista IstoÉ Gente

A poucos quilômetros dos arranha-céus da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, o músico Renato Rocha, 49 anos, leva uma vida pacata numa casa velha de frente para o mar de Barra de Guaratiba. É num pedaço de paraíso que há dois anos ele vive com a mulher, Rafaela, 25 anos, e os dois filhos, Vitória, de três anos, e Renato, de três meses. Num vilarejo onde falta luz constantemente, Renato passa os dias se aventurando em cima de sua bicicleta. Em casa, não há tevê. O único elo com o mundo é um celular de cartão. Diferentemente dos tempos de baixista da Legião Urbana, quando varava noites em festas regadas a drogas e álcool. Daqueles anos, restou o rock’n’roll de Woodstock, cujo disco Rocha escuta cinco vezes ao dia. O hábito fez da filha fã de Janis Joplin.

Quinta-feira 15, Rocha levou Gente até o lugar onde se inspira, depois de uma caminhada de 200 metros mata adentro. Sobre pedras, a 50 metros do mar, o músico escreve letras de músicas para a banda Cartilage, que marcará seu retorno ao showbiz, depois de um exílio de 11 anos. Desde que o líder da Legião Urbana, Renato Russo, o demitiu por constantes atrasos, Rocha não tocou mais. Mudou-se para Curitiba e, três anos depois, para a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Há dois anos, voltou a morar no Rio, com a quinta mulher, Rafaela, mãe de seus dois filhos.

Nesse tempo, se manteve só com royalties dos três discos que
gravou com a Legião entre 1984 e 1989. São cerca de R$ 1.800 mensais. De volta ao Rio e sem lugar para morar, Rocha e a família ficaram acampados. Ele pediu a Dado Villa-Lobos, ex-companheiro da Legião, R$ 200 emprestados. “Foi a primeira vez que o procurei depois que saí da banda. Estava desesperado.”

Dinheiro só não lhe fez falta nos tempos de baixista. Nascido em São Cristóvão, zona norte do Rio, Rocha se mudou aos 9 anos com os pais e quatro irmãos para Brasília. O pai, sargento do Exército, e a mãe, professora, eram religiosos e só deixavam os filhos ouvir música clássica e gospel. Aos 12 anos, Rocha virou punk. Depois de tocar em bandas de rock de Brasília, ingressou na Legião para substituir Renato Russo no baixo. Russo tinha cortado os pulsos e perdera temporariamente os movimentos para tocar. “Foi quando passei a ter conta bancária”, conta. Com os cachês, comprou oito motocicletas, a maioria Harley Davidson.

O músico guarda uma Mercedes 79 comprada no auge, e muitas mágoas da Legião. Segundo ele, Russo “era um chato que vivia em crise”, Bonfá, “um cara muito egoísta” e Dado, “uma pessoa de personalidade fraca”. Dado e Bonfá não quiseram polêmica com o antigo companheiro. Rocha diz que, na época, trocou a vida saudável pelas drogas. Antes, jogava vôlei e tinha sido vice-campeão brasileiro de queda de braço em 1978. “Eu e o Renato Russo só queríamos saber de cheirar cocaína e beber”, diz. Hoje, é bem diferente

domingo, 18 de abril de 2010


Um dos melhores músicos do Legião foi o baixista Renato Rocha, que entrou para o grupo em 1984 e era amigo de Marcelo Bonfá. O baixo característico de Rocha, nos 3 primeiros discos da banda, fazia tudo tremer e todo mundo dançar, mesmo nas musicas mais pesadas.

Negrete (seu apelido) teria se desentendido com os outros membros e pulou fora, durante a gravação do álbum “Que País é Este”. Virou fazendeiro durante algum tempo e depois partiu para novos projetos com sua nova banda “Solana Star”.
Um dos melhores músicos do Legião foi o baixista Renato Rocha, que entrou para o grupo em 1984 e era amigo de Marcelo Bonfá. O baixo característico de Rocha, nos 3 primeiros discos da banda, fazia tudo tremer e todo mundo dançar, mesmo nas musicas mais pesadas.
Aborto Eletrico - 1977.mp3

O Grande Inverno Da Rússia

Composição: Renato Russo
O inverno vai chegar,
Num sonho permita
Nas cidades que partiram
Não me importa se eu chorar
Ou ainda alcançar
Coisas no inverno que está perdido

E verei afinal, o meu corpo cantar
Coisas que nem sonhei, quem me dera sonhar...

E vivo o tempo
Perto de por
Usando o medo
E enfrentando sua cor

Voando as ruas,
Entrando no chão
Falando do povo
Criando ilusão

E verei afinal o meu corpo cantar
Coisas que nem sonhei, quem me dera sonhar...
Escute: Celeste – Marisa Monte e Renato Russo
http://www.orbitamusic.com.br/celeste_marisa_monte_renato_russo.html

sexta-feira, 16 de abril de 2010



Numa tarde de janeiro de 1991, Renato Russo alugou uma suíte do Hotel Sheraton, um dos mais caros do Rio de Janeiro, com vista para o mar e a praia de Ipanema. Ele ainda morava com a família na Suburbana Ilha do Governador e alugar um quarto de Hotel era habitual quando queria ficar sozinho. Dinheiro não era problema para um grande astro como Renato Russo.
Ele pegou o telefone e ligou para o escritório de Luís Fernando Artigas, produtor dos primeiros shows da Legião Urbana e velho amigo dos tempos de Brasília. "Tô no Sheraton, vem pra cá", pediu.
Na suíte, Renato coordenava uma festa particular com muitos estimulantes, num estado de hiperatividade que Luís Fernando já conhecia. Renato não estava bem de cabeça e procurava fugir da depressão. Ele descobrira que era soropositivo.
Tarde e noite adentro Renato falou sem parar, de tudo: música, política, amor, família. E falou também de um certo caderno dele que teria ficado com Felipe Lemos, o Fê, baterista do capital Inicial e também velho amigo de Brasília. Renato queria que Luís Fernando pedisse a Fê o caderno de volta.
Mas Luís Fernando não ligou para Fê Lemos. Na ressaca do dia seguinte, ainda abalado pelas outras coisas que ouvira do amigo, ele esqueceu o pedido de Renato. Fê só foi saber que Renato queria o caderno dois anos depois, em São Paulo, por uma estranha coincidência.
"Foi uma situação esquisita", lembra Fê. "Dei carona pra um amigo de um amigo que disse conhecer o Renato, com quem eu não falava há um tempo. Pra mim ele tinha se tornado inacessível. Aí o cara disse, sem mais nem menos, que eu tava com um livro que era do Renato. Levei um susto. Pô, só podia ser o caderno do Aborto Elétrico!"
Fê foi procurar no Fundo de um baú empoeirado que guarda recortes do início de sua carreira em Brasília e achou o caderno de letras compostas por Renato Russo para o Aborto Elétrico entre 1977 e 1981.
Três anos depois, Renato morreu sem ter visto novamente o caderno do Aborto Elétrico



O Caderno Perdido

São 36 títulos de músicas, sendo 11 letras inéditas e sete gravadas pela Legião Urbana, pelo Capital Inicial e pelo Barão Vermelho, todas viraram clássicos do rock brasileiro nos anos 80. Ainda há 13 títulos de músicas em que Renato trabalhava, incluindo “Química” e “A Dança" e seis títulos de músicas instrumentais que faziam parte do repertório original do Aborto Elétrico.
A maioria das letras é um grito contra a organização social que oprimia e censurava. No final da década de 70 o regime militar dava sinais de fraqueza. Em 1978 o general Geisel derrubou o AI-5 e, um ano depois, outro general, o Figueiredo, concedeu anistia aos inimigos políticos. A linha dura das Forças Armadas reagiu com bombas na OAB e no Riocentro. Isolada do resto do País, Brasília era uma cidadela militar, dominada através da repressão pelas elites civis e militares e seus privilégios sociais. Foi nesse cenário político que Renato Russo compôs as músicas do repertório do Aborto Elétrico. O próprio Renato volta e meia estava metido em confusão com a polícia, fosse em briga com playboys ou por causa de pichações nas paredes da cidade. Quando o grupo se desfez, o caderno e tudo que era do Aborto Elétrico ficou na casa de Fé Lemos, no Lago Norte, em Brasília. Depois que Renato morreu, Fê prometeu devolver o caderno para a família dele. Antes, fez uma cópia que guarda a sete chaves. Um dos sonhos de Fê Lemos é remontar o Aborto Elétrico e gravar as músicas inéditas do caderno.

"O Despertar Dos Mortos", letra inédita de Renato Russo As 11 letras inéditas

Todas as letras são de Renato Russo.

Benzina: "Não quero cocaína, não quero benzedrina, não quero heroína, vou cheirar benzina. " Em Brasília, Renato Russo cheirou benzina algumas vezes, mas ainda não tinha experimentado cocaína nem heroína quando escreveu essa letra.

O Despertar Dos Mortos: Segundo Fê, uma frase da letra, "menos guerra, mais pão, vocês de direita, vocês de esquerda são todos babacas, velhos demais, vivendo intriga de tempos atrás", foi tirada de uma música do The Clash. Renato Russo estava sempre pescando influências nos grupos que admirava.

Admirável Mundo Novo: A música foi composta por Andre Pretorius e Renato fez a letra inconformista com "vocês tentaram e continua tudo dando errado, a sua tal experiência é coisa do passado".

Helicópteros No Céu: Estilo B-52's, uma das bandas cultuadas pelo Aborto Elétrico. Era sempre tocadas nos shows. Um dos clássicos perdidos do grupo.

Heroína: Foi escrita com a colaboração de um junkie muito especial: Ércole Fortuna, um primo carioca de Renato Russo. O título informal dessa música era "Quero Ser Um Vegetal". O tema é pesadíssimo.

O Que Eu Quero: Bem punk, bem rápida. Só sete frases, sempre na linha do "não estou mais a fim de estudar, nem vou fazer nenhum vestibular".

Hey Menina: Não chegou a ser tocada em shows do Aborto Elétrico porque fugia da batida veloz do punk, mas foi bastante ensaiada pelo grupo.

Anúncio De Refrigerante: É um retrato da repressão policial em Brasília no final da ditadura, muito tocada pelo Aborto Elétrico. "A gente tinha uma paranóia muito grande da polícia", lembra Fê lemos.

Love Song One: Dizem que a letra foi feita para Flavio Lemos, de quem Renato Russo gostou muito. A música é de Flávio e Fê Lemos.

Metrópole: Renato Russo mudou completamente a letra para gravar essa música com a legião Urbana. A versão que aparece no caderno é mórbida e violenta. "Ela tinha uns riffs pancadas que você não ouve mais hoje em dia", relembra Fê.

Azul: Renato nunca musicou essa letra romântica, em que utilizou um tema sempre presente em sua obra: a necessidade de encontrar alguém, conversar com alguém. "E aí, você por aqui? parece que a gente vive se encontrando."



Os sete grandes clássicos


Geração Coca-Cola: Era um dos clássicos do repertório do Aborto Elétrico e no caderno aparece sem a segunda parte. Fé Lemos relembra: “Ele fez partes novas quando foi gravar o primeiro disco da Legião e usou um violão que diminuiu a velocidade porque a versão original era muito agressiva.”

Que País Este: Composta em 1978, era o hit do Aborto Elétrico bem antes de se transformar no hit da Legião. “Com essa a gente levantava a galera. Todo mundo sabia cantar e acompanhava a gente no refrão”, lembra Fê. “Nossa versão era bem pesada, parecida com a da Legião mas sem o violãozinho.”

Faroeste Caboclo: O Aborto Elétrico nunca tocou essa música, que foi virar hit quando Renato tornou-se O Trovador Solitário, logo após o fim do Aborto. No caderno, “Faroeste Caboclo” aparece escrita pela primeira vez.

Boomerang Blues: O Aborto Elétrico chegou a ensaiar essa música, nunca a tocou em shows. Depois, o Barão Vermelho gravou uma versão.

Ficção Científica: A linha de baixo, intrincada, foi composta por Flavio Lemos. Era uma das músicas do repertório oficial do Aborto Elétrico.

Tédio (Com Um T Bem Grande Pra Você): Foi escrita por Renato em 1979 e gravada no terceiro disco da Legião. Nos tempos do Aborto Elétrico, era a favorita de Fê Lemos: “Até hoje eu me arrepio quando ouço a introdução: ‘Moramos na cidade...’ Tocávamos muito em shows essa música.”

Veraneio Vascaína: Gravada pelo Capital Inicial. Renato Russo fez a letra em cima de uma linha de baixo criada por Flavio Lemos. Ele a compôs depois de mais um encontro desagradável com a polícia de Brasília.

a verdadeire versão da musica metrópole

Comparação entre metrópoles

"Metrópole" foi gravada pela Legião Urbana no disco Dois, o mais celebrado do grupo. A versão original da música que aparece no caderno do Aborto Elétrico é bastante diferente.

"Metrópole" (Aborto Elétrico)

Faça um favor a si mesmo: cometa suicídio.
Se jogue do andar mais alto de um dos seus
edifícios.
Assalto a mão armada, eu quero a sua vida -
eu quero ver você no chão.
Pisar nas flores, destruir/construir um
estacionamento.
As crianças vão ter de brincar num labirinto
de cimento.
Eu quero acidentes, eu quero confusão: ferros
e freios na contramão.
Metrópole fez cinza o meu sangue.



"Metrópole" (Legião Urbana, Dois)

Renato Manfredini Júnior nasceu às 4 horas do dia 27 de Março de 1960, no bairro do Humaitá, Rio de Janeiro. Filho de Renato, economista do Banco do Brasil e de Carminha, professora de inglês, Júnior – como era chamado pelo pai - teve uma infância normal, como a de qualquer criança de classe média dos anos 60. Morava na Ilha do Governador, onde brincou de pique, andou de carrinho de rolimã e soltou pipa.

Aos sete anos, Renato e toda a família Manfredini mudaram-se para Nova Iorque, em decorrência de um curso que o pai fora fazer no exterior. Quando regressaram ao Brasil, a família foi morar em Brasília. Aos quinze anos, Renato teve uma rara doença chamada epifisiólise, que ataca os ossos. Durante dois anos, passou por diversos tratamentos e operações, e só voltaria a caminhar aos 17 anos, em 1977. Durante o tempo em que esteve em tratamento, dedicou-se a leitura. Anos depois, o sobrenome artístico “Russo” surgiria em homenagem aos filósofos que leu neste período: Jean-Jacques Rousseau, Bertrand Russell e ao pintor Naîf Henri Rousseau.

Sob a influência do punk, do rock progressivo, como Yes e Genesis, e outros nomes como The Clash, Bob Dylan e até Beach Boys, Renato estava realmente disposto a formar uma banda. E foi dessa mistura de sons que nasceria o Aborto Elétrico, banda formada por Renato (baixo), Fê Lemos (bateria) e André Pretórios (vocal). O Aborto não duraria muito tempo: André foi o primeiro a sair, por causa do alistamento militar. Em seguida, durante uma briga, Fê acertara Renato com uma baqueta.

Com o fim, as canções do Aborto Elétrico foram partilhadas: uma parte ficou com Fê, outra com Renato. O “divórcio musical” deu origem ao primeiro lote de sucessos de duas grandes bandas que viriam a surgir nos anos 80: a Legião Urbana e o Capital Inicial.

O nascimento da Legião Urbana

Com o fim do Aborto Elétrico, Renato passou um tempo se apresentando sozinho, com banquinho, voz e violão. Era o “Trovador Solitário”. Mas a solidão logo teria fim: Com Renato no baixo, e Marcelo Bonfá na bateria, surgia uma nova banda, e integrantes de bandas locais de Brasília eram convidados para assumir os vocais e guitarras - o que não deu muito certo. Logo passariam a ter integrantes fixos, como Ico Ouro Preto, que logo seria substituído por Dado Villa-Lobos. Com Renato no baixo e vocais, Bonfá na bateria e Dado nas guitarras, surgia a Legião Urbana.

Em 1983, outra banda formada em Brasília gravou Química, de Renato, em seu primeiro LP. A banda era Os Paralamas do Sucesso, de Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone. A gravação abriu caminho para que a Legião gravasse no ano seguinte seu primeiro disco, pela EMI-Odeon, a mesma gravadora dos Paralamas.

Em janeiro de 85 chegava as lojas Legião Urbana, com os sucessos Será, Geração Coca-cola e Soldados. E mais um integrante se incorporava a Legião: Renato Rocha assumia o baixo, para que Renato se dedicasse integralmente à composição, vocais e interesses da banda. Nessa mesma época, Fê Lemos reunia outros companheiros e criava o Capital Inicial, banda que teve início com a outra parte das canções do Aborto Elétrico.

Em março de 1986 a Legião Urbana entrava no estúdio para gravar o álbum Dois, lançado em julho. Com os hits Tempo perdido, Quase sem querer, Eduardo e Mônica, Daniel na cova dos leões e Índios, a Legião chegava à consagração, invadindo as rádios, lotando shows e vendendo discos como nunca.

“Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação”

Os versos de Que país é este, composta por Renato Russo em 1978, permaneciam atuais em dezembro de 1987, época do lançamento do terceiro disco da Legião, Que país é este – 1978/1987, que reunia as músicas do Aborto Elétrico e outras composições da Legião. Infelizmente, não pela obra de Renato Russo e sim pela triste situação de nosso país, o quadro é o mesmo de 78 (ou 87).

Dois anos depois, em novembro de 1989, é lançado As Quatro Estações. A Legião volta a ser um trio, com a saída de Renato Rocha. E mais uma enxurrada de sucessos: Há tempos, Pais e Filhos, Quando o sol bater na janela do teu quarto, Eu era um lobisomem juvenil, Monte Castelo, Meninos e Meninas, Se fiquei esperando meu amor passar e Sete cidades.

Em dezembro de 1991 é lançado o disco V, com os sucessos Teatro dos Vampiros (canção inspirada na novela Vamp, de Antonio Calmon), Vento no Litoral, O mundo anda tão complicado, Sereníssima, etc. Em 1992, a Legião faz um disco duplo, com versões de seus sucessos e outras inéditas na voz de Renato, chamado Música para Acampamentos, lançado em dezembro. Em novembro de 1993, vem O Descobrimento do Brasil, com Perfeição, Vamos fazer um filme, Vinte e nove, Giz, Só por hoje, entre outras canções.

Renato em Vôo solo

Em junho de 1994, Renato lança seu primeiro disco solo: A Stonewall Celebration Concert, em homenagem aos 25 anos do movimento ativista gay nos EUA. É a primeira vez que Renato assume em público sua homossexualidade. Na época, em entrevista ao jornal O DIA, em setembro de 1994, Renato revelou sua vontade de gravar um disco somente com canções da música popular brasileira, mas achava que era necessário um tempo para isso. E disse: “ – Imagina eu, gayzão, cantando Aldir Blanc?” – risos. O álbum foi todo gravado em inglês, com músicas como Cherish, de Madonna, e Cathedral Song, de Tanita Tikaram, que ficou popularíssima no Brasil com a versão gravada por Zélia Duncan.

Em dezembro de 1995, seguindo o mesmo formato de Stonewall, Renato lança o segundo disco solo: Equilibrio Distante, desta vez todo gravado em italiano. O disco era dedicado à sua família. As ilustrações da capa foram feitas por seu filho Giuliano Manfredini, na época com sete anos de idade. Destaque para Strani Amori, La Sollitudine, La Forza Della Vitta e uma versão especialíssima para Como uma onda (zen-surfismo), de Lulu Santos e Nelson Motta, que virou Come Fa Un’ Onda, com arranjos de Wave, de João Gilberto.

A volta (breve) da Legião

No ano seguinte a Legião volta aos estúdios para gravar seu último CD. A tempestade – ou O livro dos dias era sombrio, quase confessional nas letras. Lançado em setembro de 1996, é o único disco que não trazia uma das marcas registradas da Legião Urbana em seus encartes: a frase Urbana Legio Omnia Vincit, que, traduzida do latim para o português significa A Legião Urbana tudo vence. Talvez porque a doença teria vencido Renato, que partiria às 1:15 do dia 11 de outubro de 1996, com broncopneumonia, sepicemia e infecção urinária decorrente do HIV, de que era portador há seis anos. Chegava ao fim uma luta contra a doença, e o fim da Legião Urbana, afinal, quem poderia substituir Renato Russo?

Após a morte de Renato, foram lançados vários discos com sobras de estúdio e registros ao vivo: Uma outra estação (1997), O último solo (1997), Acústico MTV (1999), Como é que se diz eu te amo (2001), Renato Russo Presente (2003) e As quatro estações ao vivo (2004), e várias coletâneas, como Mais do Mesmo (1998) e Bis (2000), que reuniu participações de Renato em outros discos, cantando A cruz e a espada com Paulo Ricardo, de 1996, e A Carta, gravada com Erasmo Carlos no disco Homem de Rua, em 1992.

Uma década depois, os discos da Legião Urbana e de Renato Russo continuam vendendo tanto quanto na época de seus respectivos lançamentos. Prova de que a obra de Renato sobrevive ao tempo, que, apesar de tudo, não foi perdido.

DISCOGRAFIA

"Legião Urbana" (EMI, 1984)
"Dois" (EMI, 1986)
"Que país é este? - 1978/1987" (EMI, 1987)
"As quatro estações" (EMI, 1989)
"V" (EMI, 1991)
"Música para acampamentos" (EMI, 1992)
"O descobrimento do Brasil" (EMI, 1993)
"Renato Russo - The Stonewall Celebration Concert" (EMI, 1994)
"Renato Russo - Equilibrio distante" (EMI, 1995)
"A tempestade - ou o livro dos dias" (EMI, 1996)
"Uma outra estação" (EMI, 1997)
"Renato Russo - O último solo" (EMI, 1998)
"Acústico MTV" (EMI, 1999)
"Como é que se diz eu te amo - ao vivo" (EMI, 2001)
"Renato Russo presente" (EMI, 2003)
"As quatro estações - ao vivo" (EMI, 2004)
"O Trovador Solitário" (Discobertas/Coqueiro Verde, 2008)



“Não existem fins, existem meios. Eu sempre penso em começo, nunca em fins.”

“A questão da compreensão é muito complicada. Eu, por exemplo, não entendo nada de absolutamente nada. Eu vou levando a minha vida. Com a minha experiência de vida, interpreto as coisas de uma determinada maneira, mas eu posso estar errado.”

“Quando eu vejo esses corruptos mentindo com a maior desfaçatez, minha vontade é matar todos eles. Mas eu sei que isso não adiantaria nada.”

“Se crítica valesse alguma coisa, a gente não teria vendido o Que País é Este em São Paulo. Saiu bem grande num jornal lá: “Legião Urbana lança disco esquálido e primitivo”. Eu nunca vou me esquecer. No entanto, o crítico que escreveu isso teve que ouvir a música por mais de um ano tocando sem parar, em todas as rádios.”

“Já me falaram muitas vezes que a voz do povo é a voz de Deus. Será que Deus é mudo?”

“Gostaria de acreditar em alguma coisa. Você não pode mais nem acreditar em Deus que as pessoas riem na sua cara. Eu acredito em Deus. Ele é a vida, a natureza, somos nós. Mas ninguém respeita.”

“Para mim, era importante ter uma banda de rock, primeiro, para me divertir e, depois para dizer o que eu achava da vida e o que estava acontecendo em volta de mim.”

“Por mais diferente que você seja, você não está errado, você não é anormal. Eu senti muito isso, porque todo mundo colocava na minha cabeça que eu era anormal. Como o Bob Dylan fala: “Eu me esforço tanto para ser como sou, e fica todo mundo querendo que eu seja como eles.”

“Quando eu era adolescente, não sabia direito como funcionava o mundo e sofria uma pressão muito grande para ser igual aos outros. Ninguém tem de ser igual a ninguém. Cada pessoa é um universo maravilhoso e único.”

“O mundo se divide entre caretas e loucos e, se você é louco, não tem o direito a nenhuma dignidade.”

“Estou num momento complicado, difícil, mas estou sereno. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.”

“0 importante, para mim, não é o que está sendo dito, mas como está sendo dito. O importante é que as pessoas conseguem se emocionar com a Legião.”
“O homossexualismo mexia muito com minha cabeça: poxa, se não é errado, por que existe Aids? Até eu colocar na minha cabeça que Aids não tem nada a ver com Deus.”

“Eu sempre fui alcoólatra. Tudo começou com o álcool. Só que álcool é uma droga aceita; então não se considera droga. Álcool é uma das piores coisas que existem.”

“Amizade é quando você encontra uma pessoa que olha na mesma direção que você, compartilha a vida contigo e te respeita como você é. Uma pessoa com a qual você não precisa ter segredos e que goste até dos seus defeitos. Basicamente, é aquela pessoa com quem você quer compartilhar os bons momentos e os maus, também.”

“Eu acreditei durante muito tempo em amor romântico. Hoje em dia, eu não acredito em amor romântico, não. Eu acredito em respeito e amizade.”

“Acho deprimente que meu voto valha o mesmo que de um analfabeto. Isto é um crime, tanto quanto ter o que temos de analfabetos no Brasil. E ainda se conformar com isso!”

“Sou anarquista e individualista. Tenho uma visão poética, mas não me considero poeta. Procuro o belo.”

“Não sou original. Leio uma revista e anoto uma idéia que tem a ver com meu universo. Às vezes, também uso frases de filmes, como “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”.

“Sinto arrependimento quando não aprendo com meus erros.”

“Às vezes, penso se não concordo com Platão. Na República, ele fala que os artistas são nocivos para uma sociedade.”

“A maior agressão para um jovem é morar em Brasília, porque você vê aquelas coisas acontecendo no Planalto e no Congresso e não pode fazer nada.”

“Broxante, para mim, é a estupidez, é a pretensão.”

“Eu pouco me importo com essas campanhas antidrogas do governo, mas o grande erro delas é justamente não dizer que a droga é uma coisa que dá prazer só no começo.”

“O que me faz cantar, hoje, são uma boa melodia e uma letra interessante. Gosto muito de cantar. Às vezes, fico a tarde inteira ouvindo os meus discos favoritos e cantando junto. Dinheiro me faz gravar discos, é diferente.”

quarta-feira, 14 de abril de 2010


isso é uma óbra-prima

esse o primeiro disco da legiao,ou mais certo primeiro e ultimo com o renato ainda vivo

O maior e mais duradouro fenômeno do pop nacional, a Legião Urbana foi a banda de maior sucesso a fazer parte do chamado "rock de Brasília". Com suas influências de The Smiths e R.E.M. e pós-punk inglês, liderado pelo carismático e controverso Renato Russo, o grupo permanece como objeto de culto anos depois de seu fim.

Legião Urbana
Ao todo foram 14 Cd's:

8 de Estúdio:

♪ Legião Urbana
♪ Dois
♪ Que País É Este
♪ As Quatro Estações
♪ V
♪ O Descobrimento Do Brasil
♪ A Tempestade Ou O Livros Dos Dias
♪ Uma Outra Estação(Póstumo)

5 Ao Vivo

♪ Música Para Acampamentos(Duplo)
♪ Acústico MTV
♪ Como É Que Se Diz Eu Te Amo Ou Platéia Livre(Duplo)
♪ As Quatro Estações
♪ As Quatro Estações(Duplo)

1 Coletânea

♪ Mais Do Mesmo

POR FAVOR, PROPAGANDAS (DE OUTRAS COMUNIDADES OU SITES E DE PRODUTOS) APENAS NOS EVENTOS!
AS PROPAGANDAS QUE FOREM POSTADAS NOS TÓPICOS SERÃO EXCLUÍDAS - NÃO IMPORTA SE É PRA SITE PORNÔ OU PRA AJUDAR CRIANCINHAS COM CÂNCER.


Força Sempre.